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Mostrando postagens de outubro, 2015

Nossa Forma de Amar - Capitulo XV

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15 - Senhora das Tempestades Lucimara estava ajoelhada em frente ao seu pequeno altar rezando o terço quando as luzes apagaram-se. Um relâmpago cortou o céu iluminando o quarto. -Epar hey Ya Mesan L’Orum! Valei-me Oyá, Senhora das Ventanias e Tempestades. Olha por teus filhos. Uma brisa entrou através da janela e passou pelo quarto. Lucimara fechou os olhos para “ouvir” o que Oyá lhe dizia. Após alguns minutos no que parecia uma conversa silenciosa, ela levantou-se resoluta. Saiu pelos corredores à procura de algo. Dalila e Luis estavam no quarto da jovem enrolados no cobertor e encolhidos a cada trovoada que se fazia ouvir. A maçaneta da porta girou e abriu-se lentamente fazendo com que os dois se olhassem e se abraçassem instintivamente. Lucimara entrou e não pode deixar de rir ao ver a expressão de assustado dos dois. -Ave Maria! Eita povo de Oxossi para ser frouxo. Levantem e me sigam, vou precisar dos dois. -Sim senhora. – responderam. Já ins

Nossa Forma de Amar - Capitulo XIV

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14 - Baú da Saudade A conversa com Simone durou mais do que Lucimara inicialmente pretendia. Ouviu a proposta que lhe era feita com todos os pontos a favor e contra, argumentou e expos suas pontuações quanto ao que achava importante. Depois de tantas concordâncias e discordâncias, enfim chegaram a um acordo. Lucimara ficou de reunir alguns documentos de registros que fossem importantes tanto do terreiro quanto da associação e entregaria copias dos mesmos a ela. As historias ficariam por conta dos filhos e membros mais antigos das casas. Elas despediram-se e cada uma seguiu para seus afazeres. Lucimara continuava com o pé atrás em relação à jornalista. Simone sorria feliz por ter conseguido dar o primeiro passo; se manter ao redor de sua presa. Agora era seguir com o plano. Lucimara entrou em seu quarto e certificou-se da porta estar trancada. Pegou uma pequena escada que continha dois degraus abriu-a em frente ao guarda-roupa, subiu e pegou um baú que ficava bem no

Nossa Forma de Amar - Capitulo XIII

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13 - A Visita Ao acordar, Milena olhou sua irmã dormindo como um anjo. Depois do pesadelo, as duas dormiram abraçadas como costumavam fazer quando eram crianças. Devagar se desvencilhou do abraço e foi para seu quarto tomar banho. Pegou seu celular e colocou para tocar sua playlist matinal. Era sua forma de despertar ao som de Two Hearts do Phil Collins indo em direção a uma ducha fria. Enquanto a água deslizava pelos cabelos ondulados e negros, Milena repassava sua lista de afazeres do dia. Ao sair do banho pegou seu aparelho e discou para um numero já conhecido seu. Aguardou enquanto chamava. Ao ouvir a voz rouca de sono do outro lado sorriu. -Bom dia meu amor. -Bom dia linda. Desculpa te acordar, mas fiquei com saudade. -Que linda. Que horas são? -Pouco mais de 7 horas. Esta cedo ainda. -Foi bom que ligou. Preciso levantar. Fiquei de procurar um apartamento ou casa para alugar. -Hum! Acho que tenho a solução para seu problema. -É? Qual? -Conheç

Nossa Forma de Amar - Capitulo XII

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12 - Não Meta A Mão Nessa Cumbuca A casa era localizada em um beco sem saída. Um lugar fétido, de aspecto deplorável. Há muito deixado de lado. Na placa podia-se ler claramente. Trabalhos para felicidade, caminhos abertos, relação amorosa. Trago o amado de volta. Pagamento após resultado. Pai Abreu. Um homem bem vestido e ornamentado a aguardava na porta com um sorriso forçado. Quando ele a viu teve certeza que fez certo ao aceitar realizar esse trabalho. Iria ficar rico. Ela parecia ter grana. A mulher entrou no cubículo que ele chamava de sala de consultas. Ela examinou o local antes de sentar. Cheio de imagens de santos católicos e orixás do candomblé em pequenos altares. As paredes cheias de fotografias dele e seus “clientes” que conseguiram seu intento. A mesa preparada para o jogo de búzios. Já haviam conversado brevemente sobre o trabalho desejado. Ele lhe deu uma lista com uma serie de materiais necessários e assim que ela os tivesse ligasse par

Crônica - A Preferida

Hoje acordei pensando sobre o Dia dos Professores e lembrei-me de minha infância e adolescência. Sim. Já me apaixonei, ou melhor, já me encantei por algumas professoras. Mas não pela beleza física e sim pelo cuidado e carinho que ela nos tratava mesmo quando tirávamo-la do sério. Nunca levantou a voz pra nos repreender. Foram tantas as professoras que passaram pela minha vida, não só acadêmica. Cada pessoa que passa em nossa vida nos ensina algo. A primeira namorada nos ensina as dores e delicias de um relacionamento lesbico. A primeira decepção também, mas como dizem decepção não mata, ensina a viver.  Depois vêm as outras namoradas, outros ensinamentos em algumas partes outras decepções, outros sorrisos, outros jeitos de olhar e levar a vida. A minha preferida não é professora, na verdade é e não é. Não é formada em magistério, nem letras nem nada que possa ser lecionado em sala. Mas foi e continua sendo a minha professora. Ela me ensinou coisas muito importantes como andar

Nossa Forma de Amar - Capitulo XI

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11 - Quem Quer Faz, Quem Não Quer Manda. Dois homens de aparência exótica e expressões fechadas aguardavam uma terceira pessoa em um bar mais afastado da cidade. Haviam recebido um telefonema uma semana antes os convocando a ir a capital baiana reverem um velho amigo. Não precisou esperar mais tempo, seu anfitrião havia chegado. Levantaram-se para abraça-lo. -Jeremias, Venâncio. Meus irmãos que saudades de vocês. -digo o mesmo Moises. Depois que chegou nessa cidade nunca mais ligou pra nós. -já comeram? Vamos sentar e pedir. Vou contar como andam as coisas por aqui. E o povo de La já me esqueceu? -os pais dela não, mas o delegado já desistiu de lhe encontrar. -garçom, trás o prato do dia, por favor. Numa cidadezinha no sertão baiano morava uma família de lavradores. João, Maria das Dores e seus três filhos: Jeremias, Moises e Venâncio. Todos trabalhavam na lavoura da família e aos sábados iam vender na feira o que colhiam. Em uma dessas idas, Moises s

Nossa Forma de Amar - Capitulo X

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10 - O Mensageiro O recém-casal desfrutava abraçadas do por do sol na varanda do quarto onde Luiza estava hospedada. Conversavam banalidades e Milena brincava com seus dedos entre os de Luiza. A morena que estava entre as pernas da mais alta virou perguntando-lhe. -Mille, amanha vou começar a procurar uma casa para comprar. -Quer ajuda? -Estava contando com sua solidariedade. – sorriu. -Quer dizer que você vai usar-me para seus propósitos é? – começava a fazer-lhe cócegas. Luiza tentava inutilmente se soltar daquele abraço perigoso para sua cintura. Após pedir arrego e muitos beijos como forma de pagamento Milena aceitou deixar a cintura da outra em paz, momentaneamente. -Anjo, estou com fome. O estresse com meus pais me tirou o apetite, mas agora ele voltou. -Então vamos sair para jantar. Tem alguma preferência? -Hum! Eu queria comer algo bem baiano. Saudade da comida da terra. -Já sei onde te levar. Perto do escritório onde trabalho tem um barzi